terça-feira, 2 de junho de 2009

O VALOR DA DIFICULDADE - texto para reflexão



Somos seres antagônicos, contraditórios e ao mesmo tempo flexíveis e sensíveis. Muitas vezes somos movidos por paixões, outras tantas vezes pela razão. Nada mais natural que diante de situações difíceis deixemos a emoção falar alto e dominar nossas ações, pois somos também seres em constante evolução e crescimento intelectual e moral. Aprendemos a cada dia, pois o tempo nos proporciona algo que os livros, por mais que seus autores se esforcem, não conseguem conter: a experiência. As dificuldades impostas pela vida, seja no trabalho, nas relações familiares ou em qualquer outra instância, de forma paradoxal podem servir como estímulo para que consigamos aprender a usar o outro impulso que move nossas ações: a razão. Isso não significa, em hipótese alguma, que aquele companheiro que se deixa levar pela emoção é alguém despreparado ou desequilibrado. De forma alguma. É alguém também comprometido com a situação, e que por estar tão inserido nela e tão ansioso por soluções, deixa que suas paixões falem alto. Tal atitude mostra apenas o quanto é preocupado e até apaixonado por aquilo, que sofre com a dificuldade presente.
No entanto, o equilíbrio entre os sentimentos é a chave para a solução de muitos problemas. A emoção deve ser o combustível que nos estimula a prosseguir na árdua luta perante os obstáculos, e a razão deve ser a ferramenta para a solução.
Nelson Rodrigues dizia, em uma de suas obras, que “o brasileiro só é solidário no câncer”. Não cabe, nesse momento, emitir juízo de valores sobre tal afirmação, o objetivo é apenas usá-la para lembrar que as dificuldades que surgem em nosso caminho podem ser muito úteis. Sim, embora pareça absurdo dizer isso, as dificuldades podem ser úteis. É no momento da tragédia, da fome, da seca, da catástrofe que a população, inclusive (ou principalmente) a mais carente dá as mãos, mobilizando seus parcos recursos para auxiliar aquele que sofre a desventura. Façamos das nossas dificuldades também uma lição, o momento de aprender o quanto somos fortes e capazes de reverter a situação. Que a nossa indignação diante dos problemas seja a lenha que alimenta a caldeira, mas que a nossa união seja a nossa força, pois superadas pequenas rusgas, também naturais ao convívio social, sabemos que juntos temos força e competência para enfrentar todas adversidades, pois não somos máquinas, somos educadores e o desafio cada vez mais faz parte de nossa profissão, que por sua vez, cada vez mais torna-se um sacerdócio. Que as dificuldades sirvam para mostrar nosso poder, nossa força e capacidade de união e superação. Não somos agentes passivos de nossa realidade, somos agentes transformadores, e que jamais percamos a fé em nós mesmos.

Douglas Fersan - PCP - Ensino Fundamental
E.E. Ayrton Senna da Silva
D.E. São Bernardo do Campo

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